Big Mac Index e o Crescimento da Arrecadação Tributária em Mato Grosso do Sul


            O Índice Big Mac (Big Mac Index), criado pela revista The Economist em 1986, é baseado na Teoria de Paridade do Poder de Compra (PPC), que admite que duas moedas estão em equilíbrio quando um bem ou serviço tem o mesmo valor em países diferentes. A PPC é derivada da lei do preço único que estabelece que “nos mercados concorrenciais, sem custos de transportes e barreiras oficiais ao comércio (como as tarifas), bens idênticos em países diferentes devam ter o mesmo preço, quando expressos na mesma moeda.” (SILVA; AZEVEDO, 2006).

            O Big Mac Index é uma forma de medir as taxas de câmbio do mercado para diferentes moedas, identificando se estão sobrevalorizadas ou subvalorizadas. Essa medição é realizada a partir de um padrão comum, o hambúrguer Big Mac do McDonald’s, pois partindo do pressuposto de se tratar de um produto padronizado, acredita-se que deveriam ter o mesmo custo em todos os países. No entanto, as diferenças de custo indicam diferença no poder de compra das moedas.

           Segundo a Lei do Preço Único, há paridade quando os preços forem iguais nos dois países, dessa forma, deve-se considerar a taxa de câmbio nominal:

E = e * (P1 ÷ P2)

          Onde: “e” representa a taxa de câmbio nominal; “P1” o preço de um país, pode ser utilizado como base o dólar americano; e “P2” é referente ao preço de um segundo país. A taxa de câmbio real “E” demonstra que quanto mais próximo de 1 mais próximo é o preço único nos dois países.

            Ao analisar o Índice Big Mac com os preços do sanduíche no Brasil e a taxa de câmbio para o dólar, nos anos de 2015 a 2021, temos o seguinte comportamento no gráfico:



                Com base no índice BIG MAC, ao comparar o preço do produto no Brasil com o preço do produto nos EUA ponderada a taxa de câmbio, observa-se que, no Brasil, em janeiro de 2015 e janeiro de 2017, houve a sobrevalorização do real, ou seja, o brasileiro tinha maior poder de compra maior sobre o produto em real do que os estadunidenses em dólares.

            Após período de queda no gráfico do índice BIG MAC desde janeiro de 2018, é possível verificar um crescimento tímido desde julho de 2020 até julho de 2021, podendo se afirmar que em julho de 2021 os brasileiros têm poder de compra no produto do Big Mac 8,70% maior que em julho de 2020, porém esse hambúrguer ainda é mais caro para os brasileiros do que para os estadunidenses.




            Além do salário mínimo brasileiro ter aumento real em quase todo o período acima da inflação, exceto em 2018 e 2019, quando o incremento real foi de (-0,86%) e (-0,31%) respectivamente, a elevação da renda dos trabalhadores brasileiros não influenciou no poder de compra dos brasileiros no sanduíche norte-americano, que em terras do Tio Sam apresenta preço mais acessível para os seus habitantes do que no Brasil.

           Vale lembrar que tomamos como referência para poder de compra, a economia EUA, avaliada pelo Big Mac Index. Possibilitando avaliar horas trabalhadas para aquisição de um produto comum. Portanto, ao comparar o preço do sanduíche (R$ 22,90) com o salário-mínimo do Brasil (R$ 5,00 por hora) no mês de julho de 2021, para um brasileiro comprar um Big Mac seria preciso trabalhar 4h e 34 minutos. Para o estadunidense com o salário-mínimo de US $7,25 por hora e o preço do produto em média de US$ 5,65, o mesmo precisa trabalhar 46 minutos para adquirí-lo. Ou seja, o brasileiro trabalha quase 5 vezes mais que o norte-americano para obter o mesmo sanduíche.

           Com isso, é possível avaliar que o custo de vida para o brasileiro é mais caro que para o estadunidense. No gráfico acima é identificado que, em todo o período de 2015 a 2021, o produto ficou em média de 14,7% mais caro. Ou seja, com o preço do Big Mac elevado para os brasileiros, faz com o que tenha mais custos ao adquirí-lo. Destarte, o custo de vida para o trabalhador brasileiro é mais caro que o do estadunidense.

            O observatório econômico do Sindifiscal/MS analisou o crescimento da arrecadação tributária sul-mato-grossense em comparação ao índice Big Mac, ano a ano, no período de 2015 a 2020, conforme o gráfico abaixo:




              Pode-se observar que a arrecadação tributária do Estado de Mato Grosso do Sul  teve tendência de elevação, apresentando média de crescimento de 8,98% ano a ano, enquanto o índice Big Mac teve comportamento muito dinâmico neste período, mas é possível identificar tendência de queda. Sendo assim, é válido afirmar que a arrecadação tributária no ano de 2020 foi 50,76% maior que 2015, e o poder de compra aferido pelo Big Mac Index representou queda,  -8,14% (menor), no mesmo período.

              Conforme exposto pelo Governador Reinaldo Azambuja, o aumento da arrecadação de tributos reflete na manutenção dos investimentos nas cidades. Em 2021, por exemplo, o governador autorizou um pacote de obras no valor de R$ 2,8 bilhões para o corrente ano e para 2022, viabilizando desenvolvimento para todo Estado, e favorecendo a geração de novos empregos e implementando pujante economia estadual.




Referências:

https://www.dicionariofinanceiro.com/big-mac-index/

http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx

http://www.ms.gov.br/agropecuaria-puxa-arrecadacao-de-ms-que-tem-mais-recursos-para-investir-em-obras/

http://www.lmfunesp.com.br/page/166

AZEVEDO, Ana Paula de.; SILVA, Orlando Monteiro. Paridade do Poder da Compra e Taxa de Câmbio de Longo Prazo para o Mercosul, 2006.

 

 

Estudo Elaborado pela equipe do Observatório Econômico do Sindifiscal/MS

Diretor: Clauber Aguiar

Consultor: Aluizio Pires

Economista: Patricia Ayala

Estagiárias: Mariana Gomes e Silvia Regina

https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/

Diretor Presidente SINDIFISCAL: Francisco Carlos de Assis

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