Previsão da Receita Corrente Líquida de Mato Grosso do Sul utilizando o Modelo Econométrico (VAR)







Através da teoria econômica e métodos estatísticos é possível estimar e prever uma boa quantidade de variáveis respeitando pressupostos de cada teoria a ser aplicada.
        Em um exemplo prático vamos fazer a previsão através do Modelo de Vetores Autorregressivos – VAR para Receita Corrente Líquida de Mato Grosso do Sul.
Uma definição retirada do relatório de inflação do Banco Central sintetiza a ideia do modelo:

Os modelos de vetores auto-regressivos (VAR) surgiram na década de 80 como resposta às críticas ao grande número de restrições impostas às estimações pelos modelos estruturais. A ideia era desenvolver modelos dinâmicos com o mínimo de restrições, nos quais todas as variáveis econômicas fossem tratadas como endógenas. Sendo assim, os modelos VAR examinam relações lineares entre cada variável e os valores defasados dela própria e de todas as demais variáveis, impondo como restrições à estrutura da economia somente: a escolha do conjunto relevante de variáveis e do número máximo de defasagens envolvidas nas relações entre elas. Nos modelos VAR, o número de defasagens é normalmente escolhido com base em critérios estatísticos, como os de Akaike ou Schwarz.

Uma explicação mais teórica pode ser vista a seguir:

Modelo de Vetores Autorregressivos (VAR)

É uma extensão de uma regressão univariada para um ambiente multivariado, onde cada equação definida pelo VAR é uma regressão por mínimos quadrados ordinários de determinada variável em variáveis defasadas de si própria e de outras componentes do modelo.

O modelo VAR pode ser expresso por:





onde é o vetor de termos de interceptos; 

são matrizes N X 1  de coeficientes que relacionam valores defasados das variáveis endógenas;

 são também matrizes N X 1 que relatam valores atuais e defasados de variáveis exógenas;

é um vetor N X 1  de erros.





           A Receita corrente Líquida é representada por X e os pelas variáveis explicativas: TJLP, IGPDI, IBCBR e ENERG.



Inicialmente foram feito os seguintes tratamentos e testes nas variáveis exógenas: 


Estudo da acurácia:

A tabulação dos dados foi feita de 2005 a 2013 com estimativa para 2014. O resultado obtido pode ser visto no quadro a seguir. Onde o ep total (erro percentual total)  alcançou a ordem de -1,57% no período estudado.

Importante salientar que devido a fatores diversos a variável RCL sofre viés diversificado no decorrer de um exercício fiscal, e assim diminui a importância da análise individual do ep (erro percentual) mensal, e aumenta a relevância do ep total no período de doze meses.



Fontes:

DE AGUIAR et al .Modelos de previsão para a Receita Corrente Líquida dos Estados Brasileiros. Brasília: FFEB-Fórum Fiscal dos Estados Brasileiros, 2015.

DE AGUIAR et al .Previsões da Arrecadação de ICMS a partir de um modelo multivariado de transição suave, p.300-354, Brasília: FFEB-Fórum Fiscal dos Estados Brasileiros, 2013.
Disponível em: 
BUENO, Rodrigo de Losso da Silveira. Econometria de Séries Temporais. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

Banco Central do Brasil  – Relatório de Inflação 2004.
Banco Central do Brasil  – Séries Temporais.
Disponível em:



Equipe de Pesquisa do Observatório Econômico:
Marcos Miranda
Rodrigo da Rocha.

Clauber Aguiar - Diretor