O
mundo hoje globalizado e as modernas inovações tecnológicas tornaram curtas o
que antes eram longas distâncias e interligou países que antigamente mal se
relacionavam devido a dificuldades de comunicação e transportes, além de
questões culturais e políticas intrínsecas a cada sociedade, caso este da China
que hoje é a segunda maior economia mundial, embora até o final do último século
pouco se falava dessa nação que até então, sob um regime comunista e autárquico,
era voltada a um crescimento fechado para si.
A economia chinesa conseguiu crescer nesse segundo trimestre
mais do que o esperado pelos economistas. Cresceu 6,7% em comparação com o
mesmo período de 2015 e avançou 1,8% em comparação com o primeiro trimestre.
Isso teria sido alcançado por estímulos estatais e investimentos do mercado
imobiliário. Em uma tentativa de impulsionar o crescimento, o governo tem
elevado gastos em infraestrutura e reduzido a burocracia e os impostos
corporativos. Além disso o governo possui meta de crescimento para 2016 entre 6,5
e 7%.
Todavia, a trajetória do gigante asiático pode estar indo
rumo à Grande Depressão, pois a
expansão do crédito e as políticas de afrouxamento monetário estão contribuindo para uma escalada especulativa. De acordo com o economista chinês Andy Xie o governo estaria permitindo especulação ao prover financiamento barato, o que tornaria difícil, posteriormente, evitar uma crise. Além disso o país estaria se tornando altamente dependente de gastos e estímulos do governo.
expansão do crédito e as políticas de afrouxamento monetário estão contribuindo para uma escalada especulativa. De acordo com o economista chinês Andy Xie o governo estaria permitindo especulação ao prover financiamento barato, o que tornaria difícil, posteriormente, evitar uma crise. Além disso o país estaria se tornando altamente dependente de gastos e estímulos do governo.
Talvez
não seja tão gigante assim!
Os bancos chineses estão enfrentando uma montanha cada vez
maior de empréstimos em atraso depois de terem inundado o sistema financeiro de
crédito barato durante anos para estimular o crescimento econômico. Existe um
temor generalizado de que os credores chineses tenham dificuldade para lidar
com o aumento dos empréstimos de liquidação duvidosa. Ademais, a China estaria
relaxando as regras para investidores estrangeiros no livre comércio em uma tentativa de atrair mais capital
internacional, aumentando o investimento estrangeiro no país.
Recentemente a China saiu da lista das
grandes preocupações dos investidores nas últimas semanas, pois o ritmo de
crescimento se estabilizou e os ativos financeiros chineses pararam de oscilar
bruscamente. Todavia o governo do país permanece preocupado. Segundo o ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, no
primeiro dia do encontro financeiro do G-20, a crise de 2008 estaria ainda
gerando problemas e as medidas tomadas até agora pelas autoridades, como cortes
de juros e aumento de gastos públicos, estariam perdendo a eficiência. Além
disso, os efeitos da política fiscal e monetária estariam diminuindo e os aspectos
negativos da crise ficando mais aparentes, isso muito provavelmente devido a
desequilíbrios estruturais, como na produtividade, desigualdade social e
inovação.
Brexit
e a economia chinesa
A moeda chinesa, yuan, caiu ao menor valor frente ao dólar desde
dezembro de 2010 no final do último mês, puxada por um cenário de incerteza
global nos mercados após o Reino Unido decidir deixar a União Europeia (UE). O Brexit será ruim para a China
já que provavelmente impactará as exportações do país para o bloco a partir do
segundo semestre. De acordo com o primeiro ministro chinês, Li Keqiang, o
impacto do Brexit já foi sentido, todavia, a China possui a intenção de manter
suas relações comerciais tanto com o Reino Unido, quanto com a União Europeia,
pois seriam estes grandes aliados econômicos.
E
o que o Brasil tem a ver com a China?
Sendo
uma grande exportadora de manufaturados para o Brasil, de acordo com a
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a China vem também ganhando
espaço como importante importadora de frangos e suínos.
Ficando atrás somente da Arábia
Saudita, a China é o segundo maior mercado importador de frango brasileiro. E
as estimativas é que as vendas desse produto para o mercado chinês cresçam 8%
em volume neste ano frente ao ano de 2015. No primeiro semestre os embarques de
carne de frango já cresceram 13,86% em volume sobre o resultado de 2015.
Tendo
a China como terceira maior importadora de suínos do Brasil, as estimativas de
venda são melhores. A previsão é que as vendas totais cresçam 28% em 2016 em
relação ao ano anterior. Os embarques de carne suína cresceram 54,7% nos
primeiros seis meses do ano comparado com o ano de 2015.
Em entrevista,
o ministro das Relações exteriores, José Serra, definiu a China
como “prioridade”, já que esta “deslocou a curva de demanda por alimentos para
cima”.
De
acordo com o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mais de US$3 bilhões do total de
exportações do Brasil no primeiro semestre de 2016 foram para a China. E ainda
de acordo com o Ministério da Agricultura ela foi o principal destino das
exportações brasileiro do agronegócio no ano de 2015. A soja liderou as
exportações para a China entre janeiro e junho de 2015, com US$ 9,64 bilhões. A
soja em grãos foi o principal produto exportado, somando US$ 9,56 bilhões. Os
produtos florestais ocuparam a segunda posição nas exportações para a China,
com US$ 906,33 milhões. Em terceiro lugar ficou o setor de couros, com US$
345,22 milhões, e em quarto, o complexo sucroalcooleiro, com US$ 329,73
milhões. O setor de carnes, com US$ 312,16 milhões, ocupou a quinta posição.
Uma crise na China diminuiria a demanda desta por
matérias-primas, principalmente, e consequentemente cairia consideravelmente o
montante exportado pelo Brasil, prejudicando a balança comercial deste, além do
excedente de produtos em estoque que foçariam os preços para baixo,
prejudicando os produtores brasileiros.
China,
parceira e esperança do Mato Grosso do Sul
A China é o maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul. Segundo
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cerca
de 40% dos produtos exportados pelo estado entre janeiro e maio deste ano foram
resultados de negociações com o país asiático. Pode-se observar a dimensão dessa
relação comercial através do gráfico a seguir:
Elaboração própria. Dados: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) |
Todavia a China compra do estado
somente nove tipos de produtos: soja, celulose, couro bovino (em diversos
estados de acabamento), açúcar, algodão, glicerol, milho em grãos, carne
congelada de bovinos e madeira. Desta lista, a soja (73,32%) e a celulosa
(21,57%) respondem juntas por 94,89% da receita obtida com as operações.
Hidrelétrica
de Jupiá, localizada em Três Lagoas
|
Além disso,
a chinesa Sinopec tem negociado investimentos para terminar as obras da Unidade
de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas e fazer a ferrovia voltar à ativa.
A esperança é que a ferrovia volte a ser um importante modal para escoar a
produção de MS. Ademais, a empresa China Three Gorges Brasil Energia LTDA
assumiram no dia 1º de julho desse ano as usinas hidrelétricas de Júpia e Ilha
Solteira na divisa de Mato Grosso do Sul e São Paulo – Três Lagoas e Selvíria. De
acordo com o governador Reinaldo Azambuja, há grande expectativa de geração de
mais empregos para o estado e investimentos nas áreas social, ambiental e de saúde, além do aumento da
arrecadação a partir do ano que vem, sendo, portanto, uma grande contribuição
para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. A prefeitura de Três Lagoas
estima que de ICMS receba entre R$10 a R$20 milhões, a partir de 2017.
Fontes:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC)
Ministério da Agricultura
Conselho Empresarial Brasil-China
(CEBEC)
Estudo Elaborado pelo Observatório Econômico / SINDIFISCAL – MS.
Equipe de Pesquisa:
· Letícia
Cavessana
Mateus Tortorelli
Mateus Tortorelli
· Rafael
Aguiar
Clauber Aguiar - Diretor