IDEB subiu de 3,8 para 4,2 em 10 anos no MS: Em 2020, MS aplicou R$ 3,3 bilhões em educação e custo por aluno foi de R$ 15.530


Fonte: SCGE - Superintendência de Contabilidade Geral do Estado – RREO. Elaboração própria. 2021* referente Jan-Ago.

Mato Grosso do Sul, até agosto deste ano, aplicou em Manutenção e Desenvolvimento da Educação R$ 2,3 bilhões, que representa 5,73% a mais do valor exigido (R$ 2,1 bilhões). Foi investido em educação 26,52% da Receita Líquida de Impostos (RLI).  Em 2017, ainda que a RLI até agosto seja semelhante a 2021, a porcentagem aplicada sobre o valor foi significativamente maior. Portanto, nesse período, MS aplicou em educação 44,83% sobre a RLI daquele ano (R$ 3,7 bilhões). A partir da RLI, o estado deve aplicar, no mínimo, 25% no setor da educação.  Segundo o gráfico, as aplicações do MS sobre a RLI dos últimos anos representaram mais que 25%, ou seja, o MS tem aplicado mais do que é o necessário previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os recursos do Estado destinados ao setor da educação vêm de diferentes fontes com diversas formas de arrecadação. Um importante fundo para o estado é o Salário-Educação, que é referente a uma contribuição social destinada ao financiamento de programas e projetos voltados para a educação básica pública. Até outubro, o MS recebeu de Salário-Educação o equivalente a R$ 129 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Para estados e municípios, o FNDE distribui 2/3 dos 90% do salário-Educação, de maneira proporcional ao número de matrículas. Esse fundo é cobrado das empresas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social (2,5% sobre a folha de pagamento).

Outro importante fundo é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que cria fundos para transferências por parte do Governo Federal para aquisição de gêneros alimentícios. Os valores destinados anualmente para cada escola são baseados no número de alunos constantes do Censo Escolar. Atualmente, o valor aluno/dia é de R$ 0,30 para alunos matriculados na educação básica, R$ 0,60 para alunos de escolas localizadas em áreas indígenas, e R$ 0,90 para alunos do Programa Mais Educação.

Conforme a Secretaria do Estado da Educação, dentre as modalidades de operação do PNAE, centralizada e escolarizada, o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul opera de maneira escolarizada. Dessa forma, a União realiza as transferências diretamente para as escolas, que passam a ser responsáveis pela utilização dos recursos.


FUNDEB

Fonte: SCGE - Superintendência de Contabilidade Geral do Estado – RREO. Elaboração própria. 2021* referente Jan-Ago.

O MS, até o mês analisado, recebeu desse fundo R$ 903 milhões, ou seja, houve aumento de 25% em relação à receita do mesmo período de 2020 (R$ 723 milhões). Com o aumento da arrecadação de impostos, nota-se, nos últimos anos, crescimento nas receitas recebidas do FUNDEB, chegando a R$ 1,13 bilhão em 2020. O crescimento do repasse do FNDE nos últimos anos ao MS deve-se aos seguintes fatores: aumento nas arrecadações, crescimento no número de matrículas no Estado, necessidade de novos investimentos na educação básica rural na pandemia, dentre outros.

Em 2021, a partir do FUNDEB, foram pagos R$ 785 milhões em remuneração de profissionais da área, representando 87% do fundo, sendo o mínimo equivalente a 70%. Com o restante, o estado deve gastar com ações de manutenção e desenvolvimento da educação.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) é formado por recursos provenientes de impostos de estados e municípios. Desse montante, cerca de 20% provém de receitas diversas, tais como: Fundo de Participação dos Estados (FPE), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), dentre outras. Essa proporção é direcionada ao Fundo Contábil Estadual, o qual redistribuído entre as prefeituras e governo do estado, de acordo com censo escolar realizado no ano anterior.


Investimento por Aluno

Fonte: SCGE - Superintendência de Contabilidade Geral do Estado – RREO. IDEB – Qedu. Elaboração própria.

Em 2019, a nota registrada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) pelos alunos da rede estadual do ensino médio sul-mato-grossense foi de 4,20, apresentando tímido aumento (seguindo a tendência dos anos anteriores). O Estado também não atingiu a meta do ano correspondente (4,5), alcançando-a apenas uma vez nos últimos dez anos.

Com os dados analisados pelo Observatório Econômico, o gasto anual por aluno em 2019 atingiu R$ 14.530,00, o que representou aumento de 15% em relação a 2018 (R$ 12.682,00). Observa-se que a linha de custo por aluno possui tendência de crescimento em média de 16% ao ano. Dessa forma o valor atingido em 2020 foi de R$ 15.530,00.

O IDEB foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para medir a qualidade do aprendizado nacional e aplicar metas de desempenho, podendo variar de 0 a 10. Esse índice, calculado a cada dois anos, é baseado a partir de dados de aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).

Dessarte, com o aumento das arrecadações dos tributos de maneira geral, em 2021, fundos destinados à educação do Estado tendem a aumentar também. No entanto, na análise realizada pelo Observatório Econômico – SINDIFISCAL/MS, mesmo com aumento dos investimentos e gastos nesse setor, os indicadores da educação do MS não apresentaram variações favoráveis e proporcionais a esses investimentos. Destarte, nota-se que as políticas públicas do Estado carecem de constante revisão e aperfeiçoamento do planejamento e aplicação dos recursos, visando maior eficácia nos resultados almejados. 




Referências:

Secretaria de Estado de Educação – SED

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – INEP

QEdu Academia

SCGE- Superintendência de Contabilidade Geral do Estado.

 

 

 

 

Estudo Elaborado pela equipe do Observatório Econômico do Sindifiscal/MS

Diretor: Clauber Aguiar

Consultor: Aluizio Pires

Economista: Patrícia Ayala

Estagiárias: Mariana Gomes, Silvia Regina

https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/

Diretor Presidente SINDIFISCAL: Francisco Carlos de Assis.