Observatório: Segundo o relatório de previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico em conjunto com a empresa de pesquisa energética apresenta um trabalho ressaltando os seguintes pontos:
No ano de 2015 o setor elétrico (Carga de energia)
apresentou decréscimo de -1,9% sobre 2014. O baixo desempenho da indústria, bem
como o a redução do setor de comércio e serviços, aliado ao impacto
generalizado do aumento das tarifas de eletricidade influenciaram negativamente
os resultados.
A previsão para 2016 de crescimento da Carga
Elétrica do SIN (Sistema Integrado Nacional) foi estimada em 1% e a de consumo
teve aumento de 0,5%, onde foi considerado o atual momento econômico.
Crescimento de consumo por classe: Residencial (2,4), Indústria (-2,4%),
Comercial (2,4%) e Outros (1,7%).
Setor primário
Responsável pela maior parte das exportações do
estado de Mato Grosso do Sul. Onde destacamos as commodities de Soja e o Milho
que apresentaram participação em 2015 de 28,05% e 10,24% do total exportado,
com crescimentos de 8,07% e 86% em um cenário de decrescimento de -9,73 do
total exportado em relação ao ano de 2014.
As projeções para a produção de soja feita pela
Conab evidencia que as exportações brasileiras devem ser superiores às
quantidades exportadas em 2015. Para 2016 as exportações de soja em grãos são
estimadas em 57,48 milhões de toneladas. No estudo de acompanhamento da safra
brasileira (CONAB) feito para Mato Grosso do Sul o órgão estima um aumento da
área plantada da soja em 5,6%. Neste mesmo levantamento o milho provavelmente
terá sua área de plantio reduzida, pois a soja (principal concorrente de terra)
vive um momento de valorização.
Setor secundário
Vive um momento de retração fator essencialmente
ligado ao momento econômico do país. O boletim FOCUS (informativo econômico do
banco central) do dia 19 de fevereiro já trabalha com uma queda de -4,40% na
produção industrial para o ano de 2016. O ano de 2015 fechou com uma variação
em relação ao ano anterior uma retração de -8,3 (Indústria Geral).
Setor terciário
Deverá recuar (-1,2%) em 2016 segundo estudo do
Banco central. Assim segue a expectativa de queda dos demais setores. Os
subgrupos do setor apresentam retração prevista: Comércio (-3,3%), transportes
(-3,0%), outros serviços (-1,7%) e
serviços de informação (-0,5%).
Exportações
A China continua sendo o principal destino das
exportações do estado em 2015 sua participação foi de 35,20%, seguido dos
países: Itália (5,91%), Argentina (4,46%), Holanda (4,23%), Vietnã (3,59%),
Japão (3,06%), Rússia (2,69%), Hong Kong (2,65), Arábia Saudita (2,62%), Egito
(2,60) que fecharam como os dez principais países na pauta de exportações. O
incremento 15/14 mostrou uma retração de aproximadamente (-9%), mas se deve
considerar o câmbio, pois os valores são calculados em dólares (FOB) e no final
de 2015 houve uma repentina valorização do dólar americano o que pode
significar aumento das exportação se considerarmos somente os valores em reais.
Gráfico 01: Participação dos principais países na Exportação de MS (%)
Fonte: MIDIC. Elaboração Observatório Econômico - SINDIFISCAL/MS |
Petróleo
Com a queda dos preços no setor de petróleo e as mudanças na taxa de
câmbio o Conselho Administração da Petrobras realizou um ajuste do Plano de
Negócios e Gestão (2015-2019). O preço do petróleo Brent para 2016 estava
previsto em US$ 70 na formulação do PNG, entretanto a projeção atual está em
US$ 45.
Dessa forma os valores dos investimentos para a
produção e exploração também foram reajustados para esse ano de 2016, estando
na casa dos US$ 20 bilhões com ênfase no pré-sal, segundo o próprio site da
Petrobras. Os gastos operacionais gerenciáveis ainda não encontra uma previsão
formada para este ano.
No total os investimentos (produção, exploração,
abastecimento, gás e energia e demais áreas) estão agora após a reformulação do
PNG (2015-2019) em RS$ 98,4 bilhões, tendo uma redução de 32 bilhões de
dólares. Nesse cenário de redução de investimentos a perspectiva para a
produção (média) de petróleo caiu de 2,185 para 2,145 milhões de barris
petróleo por dia para esse ano.
O cenário da Petrobras está piorando com os
constantes rebaixamentos sofridos na classificação de risco, a agência S&P
reduziu a avaliação da empresa para “B+” necessitando assim subir quatro
posições para recuperar o selo de bom pagador, vale ressaltar que se continua
com perspectivas negativas em relação a sua classificação.
Varejo
Segundo a CNC (Confederação Nacional de Comércio de
Bens, Serviços e Turismo) o ano de 2016 deve encerrar com uma retração de 3,9%,
seguindo a queda que houve no ano anterior de 4,3% (PMC - IBGE).
A previsão de menor decrescimento no setor (quando
comparada com 2015 – pior resultado da história) pela CNC se deve as melhoras
nas expectativas sobre o do PIB e do índice geral de preços.
No varejo ampliado (que agrega os “veículos,
motocicletas, partes e peças” e “materiais de construção”) a expectativa é que
no final de 2016 a redução alcance -7,8%. Resultados que apontam a perca da
confiança do consumidor de acordo com as condições encontradas na economia,
dentre elas, desemprego e perca do poder de compra (inflação).
Atacado
Para o presidente da ABAD (Associação Brasileira de
Atacadistas e Distribuidores) 2016 será complicado para o setor atacadista de
acordo com a inflação elevada e o crescente número de desemprego no Brasil,
portanto, a confiança do consumidor está em baixa. O setor representou em 2015
cerca de 17,68% da arrecadação total de ICMS para o Estado de Mato Grosso do
Sul (janeiro à julho).
Para isso devem se atentar as mudanças econômicas e
políticas que estão ocorrendo e enfrentar essa situação com motivação e
utilizar da criatividade para alcançar um cenário positivo em meio às
diversidades.
Segundo a Fundação Instituto de Administração (FIA),
no ano de 2015 o setor alcançou um crescimento de 0,44% em relação ao ano
anterior, fato comemorado em certo ponto pela estabilidade alcançada com os
esforços do setor em um cenário adverso. Embora se for realizada essa análise
em termos reais (ou seja, deflacionar adotando o IPCA observado em 10,67%) esse
resultado demonstra ser não positivo.
De acordo com o valor alcançado no ano anterior e a
instabilidade contínua do mercado financeiro e de trabalho, aliado as tensões
políticas vividas os empresários não vêem boas expectativas que são traduzidas
nas palavras de José do Egito (presidente da ABAD) “prognóstico para o ano é de
luta, mas com grande possibilidade de sucesso”.
Tabela 01- Incremento 2015/2014 - ICMS - Mato Grosso do Sul (Jan - Jul)
Fonte: COTEPE/ICMS. Elaboração Observatório Econômico - SINDIFISCAL/MS
Estudo: Observatório Econômico – SINDIFISCAL/MS
Fonte dos Dados: Boletim Focus (Bacen), CONAB, MDIC,
Empresa de Pesquisa Energética, CNC e ABAD.
Equipe de Pesquisa do Observatório Econômico:
Marcos Miranda
Rodrigo da Rocha.
Clauber Aguiar - Diretor