Observatório: A Lei Orçamentária anual é uma obrigação que o governo federal, estadual e municipal tem de planejamento fiscal. A lei define as prioridades contidas no Plano Pluri Anual e as metas que deverão ser atingidas no ano de vigência, assim sua elaboração exige estudo e responsabilidade.
Em
Mato Grosso do Sul podemos priorizar seis receitas (ICMS, FPE, IPVA, FUNDEB, FIS e
FUNDERSUL), que representaram cerca de 79% das receitas
correntes do ano de 2015. Neste ano foi
observado uma diferença significativa entre a previsão contida na LOA e o
executado*(R$ 225 milhões). Porem houve frustração de receitas no FPE, FIS e FUNDERSUL (-11%) que pode ser explicada pelo nível de dificuldade preditiva.
Elaborado pelo Observatório Econômico -
SINDIFISCAL/MS
* Valor 2015 estimado |
O
grau de previsão depende da dificuldade de mensuração que determinada receita
possui. Podemos dividir então em dois grupos: as de "fácil" e
"difícil" estimação. As fáceis são receitas como ICMS, FPE e IPVA. A seguir apresentamos os principais motivos que fazem estas receitas participarem
deste grupo.
• ICMS - O imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços representa boa parte da arrecadação própria do estado o
que colabora para existência de dados e estudos que ajudam na elaboração de uma
previsão confiável. Representa 56,71% das receitas correntes da LOA 2016.
• FPE – O fundo de participação dos estados
é o repasse de recursos que a união faz aos estados. O fundo consiste em 21,5%
do arrecadado em IR e IPI e seu índice de repasse é calculado pelo Tribunal de
Contas da União que utiliza fatores como população e renda per capta para sua
formulação. Representa 8,68% das receitas correntes da LOA 2016.
• IPVA - O imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores também é uma fonte de arrecadação própria do estado, assim
o estado tem dados relativos como por exemplo, numero de emplacamentos e
outros que aliados a variáveis explicativas de crescimento do setor conseguem
fornecer uma boa estimação. Representa 2,37% das receitas correntes da LOA 2016.
Outras
receitas enfrentam maior dificuldade de previsão, pois o entendimento de seu
comportamento depende de variáveis e fatores que não podem ser mensurados, como
por exemplo um convênio que pode ser estendido, cancelado ou até mesmo
trocado. Seu funcionamento está muitas vezes ligados a questões
políticas, gestão e leis. A seguir demonstramos alguns exemplos de receitas que
apresentam um alto grau de dificuldade para sua previsão:
• FIS- Fundo de investimento Social é um
repasse destinado aos municípios para promover ações de assistências sociais. Seu fator explicativo está ligado à tomada de decisão dos gestores por políticas
assistenciais o que dificulta sua mensuração. Representa 2,33% das receitas correntes da LOA 2016.
• FUNDEB- O fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação é formado, quase que na
sua totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados. Sua aplicação é exclusiva para educação. Para uma possível estimação as
dificuldades encontradas se devem às varias fontes que compõe esse fundo. Representa 6,89% das receitas correntes da LOA 2016.
• FUNDERSUL- O fundo de desenvolvimento do
Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul é formado por uma contribuição devida aos consumidores que adquirem para fins comerciais e industriais
produtos de estabelecimentos rurais
que tem o beneficio de diferimentos do ICMS em Mato Grosso do
Sul.As dificuldades encontradas acontecem pela falta de dados que ajudem no entendimento de seu funcionamento. Representa 3,61% das receitas correntes da LOA 2016.
Em
2016, o cenário econômico apresenta
expectativa de crescimento negativo (-2,04%) e uma alta variação dos preços como pode ser observado no boletim FOCUS do Banco central do dia 27 de novembro. O próximo ano poderá ser atípico para algumas receitas.
Elaborado pelo Observatório Econômico -
SINDIFISCAL/MS
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Na comparação entre a LOA 2015 e 2016 o incremento foi de 7,50% (receitas correntes) demonstrando um crescimento que não deve superar a inflação deste ano (prevista para 10%). O ICMS demonstra um incremento de 13,47%, enquanto o Fundo de Participação dos Estados (FPE) uma grande retração (-15,46%), na visão dos responsáveis pela elaboração da Lei Orçamentária Anual.
Elaborado pelo Observatório Econômico -
SINDIFISCAL/MS
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LOA 2015 e as principais Receitas
Elaborado pelo Observatório Econômico - SINDIFISCAL/MS
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Na analise da LOA 2016 o Observatório Econômico fez sua previsão sobre um cenário de baixa atividade econômica, sendo mais condizente com o momento de conturbações políticas e econômicas que o país está vivendo atualmente. As principais divergências com o projeto da LOA 2016 estão apresentados na tabela abaixo:
Elaborado pelo Observatório Econômico -
SINDIFISCAL/MS
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LOA 2016 e as principais receitas
Previsões sobre receitas devem ser conservadoras e
condizentes com o cenário econômico. Os responsáveis devem
atentar para que haja uma melhor acurácia de suas análises, possibilitando
maximizar a eficiência dos gestores. Sendo parte importante de um bom planejamento estratégico.
“Planejamento estratégico não é uma caixa
de mágicas nem um amontoado de técnicas – quantificar não é planejar; - Não é
previsão – ele se faz necessário por não se ter a capacidade de prever; - Não
opera com decisões futuras. Ele opera com o que há de futuro nas decisões
presentes; Ele não é uma tentativa de eliminar o risco. É fundamental que os
riscos assumidos sejam os riscos certos”. (Adaptado de Drucker (1977).)
Estudo: Observatório Econômico – SINDIFISCAL/MS
Fonte dos Dados: Secretaria de Fazenda Finanças ou Tributação; Portal Transparência - MS e Banco Central do Brasil.
Equipe de pesquisa do Observatório Econômico:
Marcos Miranda
Rodrigo da Rocha.
Clauber Aguiar - Diretor
Equipe de pesquisa do Observatório Econômico:
Marcos Miranda
Rodrigo da Rocha.
Clauber Aguiar - Diretor