Avaliação dos primeiros meses do mandato de Riedel

No dia 10 de abril, a atuação de Eduardo Riedel (PSDB) como governador de Mato Grosso do Sul completou 100 dias. Apesar de o período ser demasiadamente curto para possibilitar a realização de grandes projetos e tratar problemas estruturais – como pontuado pelo próprio governador –, já podem ser apontadas importantes realizações da nova gestão. Cabe lembrar que Riedel integrou a equipe de Reinaldo Azambuja (PSDB), constituindo, portanto, um governo de continuidade. Até o momento, alegou foco em identificação de prioridades, ajustes de equipe e na reorganização do estado.

Nestes primeiros meses, Riedel teve dois encontros com o presidente Lula, levando demandas do estado ao governo federal. Em março, recebeu a ministra Sônia Guajajara, com quem debateu possíveis soluções para os conflitos envolvendo povos indígenas em Mato Grosso do Sul. De forma geral, não enfrentou entraves políticos graves, superando as tensões iniciais com o PT e fechando com 22 dos 24 deputados.


DESEMPENHO FISCAL

No que diz respeito à arrecadação, as receitas recolhidas por meio de tributos e pelo Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundersul) nos primeiros três meses do ano estão dentro do esperado de acordo com a previsão do governo, isto é, o valor arrecadado no primeiro trimestre representa em torno de ¼ do valor previsto para todo o ano de 2023, com exceção do IPVA, cujo pico se dá ainda no início do ano, e do ITCD, que não possui sazonalidade. O recolhimento do Fundersul provém de taxas sobre o transporte de alguns produtos agropecuários, tendo como contrapartida para os produtores uma redução da cobrança do ICMS e investimentos em melhorias da estrutura rodoviária rural.

    * Valores antes das transferências constitucionais

    ** Incluindo taxas 

Quanto às despesas, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige porcentagens mínimas de investimentos em Educação e Saúde, de 25% e 12% respectivamente, sobre a Receita Líquida dos Impostos. O Relatório de Execução Orçamentária do 1º bimestre publicado pelo governo mostra que o limite constitucional tem sido cumprido para a Educação, ficando pouco acima dos 25% exigidos, enquanto para a Saúde ficou em 7,25%, e deve, portanto, ser compensado nos próximos meses de modo a atingir o limite mínimo até o fim do ano.


PRINCIPAIS AÇÕES ATÉ O MOMENTO

Considerando a atuação anterior de Riedel como secretário, era esperada especial atenção para infraestrutura e logística, visando auxiliar o escoamento da produção. Neste aspecto, ele afirma que nos primeiros quatro meses já foram garantidos 450 quilômetros de asfalto, além de 650 km em concessão e mais 600 km em análise para parcerias com a iniciativa privada. Desde janeiro, o governo tem dado prioridade aos projetos de reativação da Malha Oeste e da consolidação da Rota Bioceânica, dois eixos com potencial de transformar MS em um hub logístico da América Latina.

Outro destaque se dá para a indústria, que experimentou resultado bastante positivo, crescendo 4,5% na comparação de janeiro de 2023 com dezembro de 2022, a despeito do recuo da indústria nacional, que variou -0,3% no mesmo período. Ele destaca que MS é o estado brasileiro que mais atraiu capital privado este ano (cerca de R$ 52 bilhões em investimentos, incluindo os direcionados à construção da maior fazenda de energia solar do estado), gerando mais de 10,5 mil vagas de emprego em janeiro e fevereiro e alcançando marcas como a de 3ª menor taxa de desocupação da população, 3º estado que mais gera empregos no agronegócio, 7ª maior renda per capita familiar e 3º menor índice de pobreza.

No âmbito social, Riedel prorrogou o projeto Conta de Luz Zero, garantindo o benefício por mais 14 meses a 152 mil famílias, e repassou R$ 1 milhão para a realização de campeonatos a fim de fortalecer práticas esportivas locais. No tocante à educação, liberou R$ 300 milhões para a conclusão de reformas em escolas; assinou convênio de R$ 3 milhões para incentivar pesquisas feitas por mulheres; determinou a atualização do piso salarial dos profissionais do magistério; e ativou o Gabinete de Gestão de Incidentes no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) para fortalecer a segurança das escolas, além de garantir a instalação de 1800 câmeras para monitorar 298 das 348 escolas estaduais de MS em tempo real.

O governador iniciou o cumprimento da promessa de regionalização da saúde promovendo reformas estruturais e renovação de equipamentos de 17 unidades hospitalares de todo o estado; destinou R$ 13 milhões para ações de enfrentamento a epidemias; e liberou, no início de março, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), R$ 3,5 milhões para a retomada dos atendimentos do Hospital de Câncer de Campo Grande - Alfredo Abrão (HCAA), que até então estavam suspensos.


ÍNDICE DE APROVAÇÃO

A pesquisa do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) apontou que 78,49% dos entrevistados aprovam a administração de Riedel os primeiros 100 dias de governo e apenas 11,40% desaprovam. O percentual de aprovação maior que o de sua eleição no 2º turno, de 56,90% dos votos válidos, indica um voto de confiança por parte de eleitores que não votaram nele.

 

FONTES: Portal da Transparência de Mato Grosso do Sul; Instituto de Pesquisa Resultado; G1; Correio do Estado; Cotepe/Confaz.

 

AUTORIA

Artigo elaborado pela equipe do Observatório Econômico do Sindifiscal/MS

Diretor presidente: Rodrigo Falco

Consultora: Patricia Ayala

Estagiária: Natália Insfran


Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) R$ 835 milhões previstos para 2022


A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) tem como objetivo desenvolver as atividades econômicas na área do meio ambiente, indústria, comércio, agricultura, além da iniciativa privada, com a finalidade de fomentar os investimentos. 

Conforme organograma no site da SEMAGRO, a secretaria é composta por 3 (três) superintendências e 13 (treze) coordenadorias. A SEMAGRO conta ainda com cinco autarquias: Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (JUCEMS), Agência Estadual de Metrologia (AEM/MS), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER); uma empresa pública: Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS MINERAL); duas fundações: Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FUNDTUR), e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado do Mato Grosso do Sul (FUNDECT).

A SEMAGRO ainda possui cinco fundos: Fundo de Defesa de Reparação de Interesses Difusos e Lesados (FUNLES), Fundo de Regularização de Terras (FUNTER), Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNDRHI), Fundo Estadual de Terras Indígenas (FEPATI), e Fundo de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja (FUNDEMS), além de quinze órgãos colegiados.

     

A tabela acima mostra somente a composição do orçamento previsto de 2022 para a SEMAGRO (cerca de R$ 358 milhões). Nesse sentido, inclui-se nesse montante recursos do tesouro, convênios e transferências federais bem como o Fundo Estadual Pró-Desenvolvimento Econômico (PRÓ-DESENVOLVE).

O fundo PRÓ-DESENVOLVE, criado pela Lei Complementar Estadual nº 280, de 17 de dezembro de 2020, tem como objetivo fomentar o setor de empreendimentos no Estado através de financiamentos e/ou manutenção. O PRÓ-DESENVOLVE é vinculado à SEMAGRO, sendo também administrado por essa Secretaria. Os principais recursos do PRÓ-DESENVOLVE são oriundos de empresas que são contempladas com benefícios fiscais. 


A tabela acima mostra todos os orçamentos previstos para o ano de 2022 da SEMAGRO, suas autarquias (IMASUL, IAGRO, JUCEMS, AEM/MS e AGRAER); os fundos (FUNLES, FUNTER, FUNDRHI, FEPATI E FUNDEMS); duas fundações (FUNDTUR, FUNDECT), e uma empresa pública (MS MINERAL). Destaca-se o total de R$ 845,5 milhões. Deste total, a maior participação é da SEMAGRO com 42,22%, em relação a suas autarquias a IAGRO contem 14,77%. Assim, com menor participação é a MS MINERAL, com 0,01%.


    No gráfico acima é analisado período de sete anos das despesas liquidadas da SEMAGRO.  Observa-se que no ano de 2021 em relação a 2015 houve incremento de 308,56% correspondendo a R$ 55 milhões a mais nas despesas. As despesas da secretaria em 2021 quando se compara com 2020 aumentou em 132,55%. Ou seja, de um ano para o outro a SEMAGRO aumentou suas despesas liquidas em R$ 41 milhões.
 

Na tabela acima são mostradas as despesas líquidas da SEMAGRO e suas autarquias (IMASUL, IAGRO, JUCEMS, AEM/MS e AGRAER). Destaca-se o montante de investimentos correspondendo a R$149 milhões a mais aplicados, tendo incremento de 637,73% (2021-2020).

IMASUL

O Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL) é uma autarquia vincula à SEMAGRO, com o objetivo de desenvolver a gestão ambiental e financiar a elaboração de projetos sustentáveis para o MS.

   

A tabela acima apresenta as despesas liquidadas da IMASUL. Destaca-se o montante de investimentos, quando se compara 2021 em relação a 2020, sendo R$ 53 milhões a mais investidos no ano passado. Em 2021, também aumentaram nas rubricas de Custeio e Pessoal.

IAGRO

A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) é uma autarquia com a finalidade de fiscalizar produtos agropecuários, promovendo a defesa sanitária para a prevenção da saúde humana e animal.

JUCEMS

A Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (JUCEMS) também é uma autarquia, a qual presta serviços no registro de empresas mercantis e atividades afins de todo o Estado.

AEM/MS

A Agência Estadual de Metrologia (AEM/MS) é uma autarquia subordinada pela SEMAGRO, cuja finalidade é a fiscalização da execução de atividades de metrologia seguidas pelo órgão do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

AGRAER

A Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER) é responsável pelo desenvolvimento rural, prestando serviços para a agricultura familiar.

 

No gráfico acima, é visto os investimentos realizados por parte da AGRAER. Comparando o ano de 2021 em relação a 2015, houve aumento de mais de R$16,4 milhões investidos (variação de 2.422,43%). 

   

As despesas liquidadas da AGRAER aumentaram somente no montante de investimentos. As despesas de 2021 (Pessoal e Encargos) com relação a 2020 foram reduzidas em R$ 7,9 milhões. Em 2021, o montante de custeio teve uma queda de 11,97% comparado com o ano passado. Os investimentos em obras e instalações aumentaram, tendo diferença de R$ 368 mil a mais, especialmente para a compra de equipamentos e materiais permanentes.

FUNDTUR

 A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FUNDTUR), também vinculada à SEMAGRO, presta serviços para atividades turísticas no Estado e nos municípios.

FUNDECT

A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT), é uma fundação com a finalidade de realizar investimento e incentivos na área tecnológica, pesquisa científica, inovação, dentre outros.  É também vinculada à SEMAGRO.

FUNDEMS

O Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (FUNDEMS) é um fundo subordinado à SEMAGRO, com a finalidade de investir no desenvolvimento tecnológico da soja e milho. É um fundo que consiste em taxas cobradas sobre produtos agrícolas (soja e milho). Nesse sentido, os produtores realizam a opção de serem contribuintes desse fundo, em contrapartida são beneficiados com o diferimento do ICMS, resultando em redução da alíquota correspondente.

FUNLES

O Fundo de Defesa de Reparação de Interesses Difusos e Lesados (FUNLES) é um fundo com o objetivo de ressarcir a coletividade por danos causados ao meio ambiente. As receitas do fundo são geridas através de condenações judiciais por danos morais e patrimoniais.

FEPATI

O Fundo Estadual de Terras Indígenas (FEPATI), é um fundo vinculado à SEMAGRO, com o objetivo de resolver conflitos de terras entre os povos indígenas, bem como indenização das terras atingidas por demarcação destinadas ao assentamento de índios, dentre outras. As receitas do fundo constituem: transferências da União, transferências conta do Orçamento, contribuições de empresas.

FUNDRHI

O Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNDRHI), é um fundo vinculado à SEMAGRO destinado a desenvolver os programas de recursos hídricos, da gestão ambiental, dentre outros. Suas receitas são provenientes de cobranças pelo uso de recursos hídricos, devido à compensação de recursos que o Estado reaproveita de hidroelétricas.

MS MINERAL

A Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-MINERAL) é uma empresa pública vinculada à SEMAGRO, com o objetivo de realizar atividades em estudos geológicos.

GESTÃO

A Secretaria de Governo (SeGov) do MS, por intermédio da Superintendência de Gestão Estratégica (SGE), vem implementando ao longo dos últimos anos a metodologia do PMBOK® (Project Management Book of Knowledge), a qual prevê a utilização de indicadores e metas a serem alcançadas, sob a égide do que se denomina “gerenciamento de projetos”. Essa ferramenta de gestão, preconizada na precitada publicação, busca nortear a administração privada e pública no sentido da maximização de resultados, com suas respectivas ações regidas pelo judicioso e oportuno gerenciamento de cada projeto a ser realizado.

Dessarte, a SeGov tem formalizado contratos de gestão periódicos, de tal maneira que possam ser mensuradas as ações governamentais que se traduzam em números específicos. No tocante à Secretaria de Fazenda, o último contrato de gestão expedido e divulgado no site da SGE, referindo-se a indicadores e metas, foi o seguinte: 





Verifica-se que o projeto quatro (Liberdade Econômica):

 foi entregue, porém não cumpriu a data estabelecida. Nesse mesmo projeto foi concretizado o mapa da liberdade econômica dos municípios. 

No projeto sete (Fomentar a industrialização de cadeias produtivas prioritárias), foi entregue o plano “indústria aderidas ao Pro-peixe”, porém atrasado, sendo concluído em 2022. Além disso, o plano tributação da geração e distribuição de energia solar do Estado também foi concretizado.

O projeto oito (Fomento ao microcrédito e apoio aos pequenos negócios), foi realizado: o programa estadual de microcrédito e, também, o programa de retomada econômica.

 No projeto nove (Aprimoramento da qualidade de informações socioeconômicas), foi entregue o painel do FCO construído no site. Nesse mesmo projeto, o banco de dados do Estado ainda não foi concretizado e não há notícias sobre o seu andamento.

No projeto dez (Rota Bioceânica), o plano da obra de construção do anel viário de Porto Murtinho foi concretizado conforme o programado.

O projeto treze (Recuperação da Microbacia do Rio Formoso e Prata e Bacias do Betione (Bodoquena) e Rio Salobra (Miranda), foi entregue o decreto atualizado da inclusão dos municípios de Bodoquena, além do termo de compromisso com os municípios.

 No projeto quinze (Reformulação de políticas na Agricultura), foi entregue a “resolução de conjuntura”, além da modernização do sistema de cadastro do Programa de Desenvolvimento da Produção Agropecuária-MS (PDAGRO).

No projeto dezessete (Modernização da Agricultura Familiar), o único concluído foi “selo – Arte”. 

No projeto dezenove (PROORGÂNICO), foi concluída a rede de consumidores e produtos, na plataforma Manucã. E, também, a chamada específica para produtos orgânicos.

 No projeto vinte (MS Carbono Neutro), foi concluído somente o congresso mundial “ILPF (Integração Lavo ura-Pecuária- participação em maio.)”

No projeto vinte e dois foi entregue o “webinar Marco legal da CTI”.

Alguns dos projetos descritos não foram realizados conforme a data prevista de entrega (dezembro/2021), sendo entregues somente em 2022. As informações sobre a conclusão dos demais projetos não estão disponíveis. 


Referências Bibliográficas

 https://leisestaduais.com.br/ms/decreto-n-15656-2021-mato-grosso-do-sul-regulamenta-o-fundo-estadual-pro-desenvolvimento-economico-pro-desenvolve

https://marleylima.com.br/leg-estadual/5650

https://www.semagro.ms.gov.br/


Estudo Elaborado pela equipe do Observatório Econômico do SINDIFISCAL/MS

Diretor: Clauber Aguiar

Consultor: Aluizio Pires

Economista: Patrícia Ayala

Estagiários: Isadora Souza e Samuel S. Bitencourt

Diretor Presidente SINDIFISCAL: Francisco Carlos de Assis

https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/



Secretaria de Infraestrutura do MS: 1,7 bilhões previstos para 2022

 Destaque para PPP em saneamento com investimento de 3,8 bilhões até 2031

A Secretaria de Estado de Infraestrutura do Mato Grosso do Sul (SEINFRA) tem como objetivo desenvolver políticas públicas realizando investimentos na infraestrutura tais como: obras públicas, saneamento básico, energia, distribuição de gás e transporte.

Conforme organograma no site da SEINFRA, a secretaria é composta por quatro superintendências e 11 coordenadorias. A SEINFRA conta ainda com duas autarquias (AGESUL e AGEHAB) e duas empresas de economia mista (SANESUL e MS GÁS), além de dois órgãos colegiados.


          É visto que na composição do orçamento da SEINFRA (incluindo-se suas autarquias e empresas de economia mista), a maior participação é da AGESUL, representando 81,05% do total e a menor participação é da AGEHAB, com 0,90%.

          A AGESUL promove a aplicação dos recursos arrecadados pelo FUNDERSUL, que são aplicados na manutenção de obras e/ou construções. Nesse sentido, o FUNDERSUL é um fundo que consiste em melhorias rodoviárias no Estado e municípios. O orçamento para 2022 totaliza R$ 1,73 bilhão em investimentos no Estado de Mato Grosso do Sul. 


Verifica-se, a partir da tabela, as despesas liquidadas da SEINFRA e suas autarquias (AGESUL e AGEHAB). O montante de investimentos destaca-se no subitem: obras e instalações, correspondendo um total investido de R$ 922 milhões em 2021, tendo incremento de 52,65% a mais em relação ao ano de 2020.

AGESUL

A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (AGESUL) é uma autarquia com o objetivo de planejar e executar projetos de obras, construção, e manter a SEINFRA informada de suas atividades. 

As despesas liquidadas da AGESUL aumentaram nas rubricas de investimento e custeio. As despesas de 2021 (Pessoal e Encargos) com relação a 2020 foram reduzidas em R$ 3,3 milhões. Em 2021, o montante de custeio somente para locação de mão-de-obra foi igual a R$1,1 milhão. Os investimentos direcionados para obras e instalações foram R$ 903 milhões, grande parte com recursos do FUNDERSUL.

O orçamento destinado à AGESUL para 2022 é R$ 283 milhões. A previsão para 2022 em relação a 2021 indica queda de 18,85% no orçamento. 

Fonte: Portal da Transparência de Mato Grosso do Sul.

Os investimentos da AGESUL em 2021 cresceram R$ 737 milhões comparado com 2015. No ano de 2021, em relação a 2020, aumentou 50,59%.

Em 2021, dos repasses realizado pela Agesul, o município de Campo Grande recebeu a maior fatia, R$ 19,9 milhões. Em ordem decrescente, os municípios que receberam maior repasse foram Ponta Porã (R$ 12,8 milhões) e Três Lagoas (R$ 8 milhões). O menor valor foi para o município de Miranda com R$ 230 mil. Verifica-se, então, o total de R$ 92,6 milhões transferidos aos municípios.

AGEHAB  

 A Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (AGEHAB) é uma autarquia com o objetivo de oferecer acesso à moradia aos cidadãos do MS e executar programas sociais para melhorar a qualidade de vida.

A partir da tabela, é notório que houve variações negativas para custeio, bem como pessoal e encargos. As despesas com investimentos tiveram uma variação positiva com incremento de 108,6 % em 2021, com relação a 2020. Assim, em 2021 foi gasto com obras e instalações R$ 12,5 milhões. E, também, deve-se destaque para transferências a municípios, pois de um ano para outro investiu-se mais de R$ 8,8 milhões, sendo esse o maior diferencial que impactou de forma significativa o montante de investimentos.

O orçamento para a AGEHAB previsto para 2022 é R$ 15,6 milhões. A previsão para 2022 em relação a 2021 indica queda de 9,66% no orçamento.

SANESUL

A Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (SANESUL) é uma empresa de economia mista. Uma parte do orçamento da SANESUL é complementada pelo Governo do Estado. Em 2022, em relação ao ano de 2021, está prevista variação de 0,77% a mais do orçamento. Dessa forma, a SANESUL é uma empresa que viabiliza o aporte de grandes investimentos no setor de saneamento básico.

Além disso, foi concretizado em 2021 uma Parceria Pública-Privada (PPP) entre o Governo do Estado (através da SANESUL) e a AEGEA (Ambiental MS Pantanal), com o objetivo de oferecer a universalização de saneamento básico para os 68 municípios atendidos pela SANESUL. Os investimentos previstos são de R$ 3,8 bilhões.

Desse total, R$ 1 bilhão é para a expansão do sistema de esgoto e os outros R$ 2,8 bilhões para manutenção e a operação. Assim, cerca de 1,7 milhão de pessoas serão beneficiadas com a universalização do saneamento básico.

 No tocante à instalação de estruturas de saneamento básico, o município de Brasilândia recebeu cerca de R$ 15 milhões para ampliação da sua Estação de Tratamento de Esgoto (ETF).



Analisando a tabela acima, é visto aplicações de exercícios anteriores na SANESUL. O total de investimentos no ano de 2021 foram R$ 117,8 milhões. Desse total, R$ 40,8 milhões (34,63) destinados a abastecimento de água, R$ 72,0 milhões (61,12%) para o esgotamento, e os outros R$ 50,0 milhões (4,2%) foram atribuídos à ampliação de prédios, construção civil, dentre outros. 

MS GÁS

A Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MS Gás), também é uma sociedade de economia mista composta pelo Estado de Mato Grosso do Sul com 51% das ações, e pela Petrobrás Gás, com 49% das ações. A MS Gás distribui e comercializa gás e/ou subprodutos e seus derivados.

Em 2022, em relação a 2021, está prevista queda de 2,34% no orçamento. Sendo assim, o orçamento de investimento para a MS Gás aos longos dos anos apresenta tendência de queda.

Ademais, a MS GÁS em 2021 investiu mais de R$ 22 milhões na expansão de rede de distribuição de gás alcançando 403 km, gerando 12 mil unidades consumidoras.

FUNDERSUL

          O Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDERSUL), foi criado pela Lei 1.963, de 11 de junho de 1999. O governador que atuava nesse período era José Orcírio Miranda dos Santos 1999-2007 (Zeca do PT). É um fundo que consiste em taxas cobradas sobre o transporte de mercadorias de produtos agropecuários, além do ICMS incidente sobre os combustíveis. Nesse sentido, as empresas realizam a opção de serem desse fundo, em contrapartida são beneficiadas com o diferimento do ICMS, resultando em redução da alíquota correspondente. Dessa forma, os recursos do FUNDERSUL arrecadados são destinados à melhoria na infraestrutura de rodovias, isto é, construção de obras públicas, bem como melhoramento asfáltico de rodovias estaduais, bem como de outras vias.

O FUNDERSUL arrecadou R$ 1,23 bilhão, tendo arrecadado 17% mais em 2021 que no ano anterior. A arrecadação em 2020 foi de R$ 1,05 bilhão. Portanto, 2021 é considerado ano recorde de arrecadação para o FUNDERSUL, tendo um acréscimo de R$ 179 milhões, comparando-se 2021 com 2020.

Fonte: Portal da Transparência de Mato Grosso do Sul.

*Previsão orçamentária


No gráfico acima, é analisado um período de oito anos de arrecadação do FUNDERSUL. Pode-se pontuar que o valor de arrecadação está aumentando ano a ano. Em 2021 com relação a 2015 teve incremento de 155%, isto é, R$ 752 milhões a mais. Especialmente no ano de 2020, em relação a 2019, arrecadou-se 47% a mais que no ano anterior. Assim sendo, o FUNDERSUL é um fundo que apresenta crescimento nos números arrecadados, além de contribuir de forma significativa para o Estado do MS na infraestrutura das suas rodovias.

O orçamento de 2022 para o FUNDERSUL está previsto em R$ 1.121.074.100,00 - correspondendo incremento de 20,83% em relação ao ano de 2021 (R$ 927.835.400,00).

           GESTÃO

A Secretaria de Governo (SeGov) do MS, por intermédio da Superintendência de Gestão Estratégica (SGE), vem implementando ao longo dos últimos anos a metodologia do PMBOK® (Project Management Book of Knowledge), a qual prevê a utilização de indicadores e metas a serem alcançadas, sob a égide do que se denomina “gerenciamento de projetos”. Essa ferramenta de gestão, preconizada na precitada publicação, busca nortear a administração privada e pública no sentido da maximização de resultados, com suas respectivas ações regidas pelo judicioso e oportuno gerenciamento de cada projeto a ser realizado.

Dessarte, a SeGov tem formalizado contratos de gestão periódicos, de tal maneira que possam ser mensuradas as ações governamentais que se traduzam em números específicos. No tocante à Secretaria de Fazenda, o último contrato de gestão expedido e divulgado no site da SGE, referindo-se a indicadores e metas, foi o seguinte: 




    PROJETOS E PROCESSO





Fonte: SEGOV 2021

PROJETOS EM DESTAQUE

Verifica-se no projeto um: infraestrutura em saneamento básico, no qual foi realizada a expansão e melhorias de abastecimento de água nos municípios de Água Clara e Vicentina.

Foi realizado no tópico Infraestrutura MSGÁS: expansão de novos mercados nos municípios de Três Lagoas e Campo Grande. As obras no Aquário do Pantanal foram devidamente concluídas.

Além disso, foram concluídas as seguintes obras: de pavimentação asfáltica nas rodovias MS-379; MS -223, segmento de rodovias MS – 442, bem como a rodovia de acesso entre a MS-162 e a BR – 463.

Igualmente foram entregues as obras de infraestrutura na divisa SP/MS (BR-267-MS) e, também, obras de implantação, pavimentação e restauração no município de Coxim (MS-223).

Por fim, a infraestrutura aeroportuária foi concretizada no aeroporto de Bonito. O aeródromo Santa Maria deveria ter sido concluído em março de 2021, porém isto não ocorreu. No aeroporto de Coxim há notícia de 65% da obra concluída, mas nada sobre a sua finalização. E por último, no tópico “melhorias na infraestrutura de aeroportos”, observou-se que o único município atendido foi Naviraí (conforme prazo preestabelecido). Nos outros municípios previstos (Paranaíba e Nova Andradina) não houve a conclusão das obras.

Alguns dos projetos descritos não foram realizados conforme a data prevista de entrega (dezembro/2021), sendo entregues somente em 2022. As informações sobre a conclusão dos demais projetos não estão disponíveis. 


Referências bibliográficas e dos dados coletados:

https://www.normasbrasil.com.br/norma/lei-1962-1999-ms_135382.html

http://www.transparencia.ms.gov.br/

Lei Ordinária 1963 1999 de Mato Grosso do Sul MS (leisestaduais.com.br)

https://www.seinfra.ms.gov.br/

https://www.sanesul.ms.gov.br/noticias/sanesul-e-aegea-assinam-contrato-da-parceria-publico-privada-para-universalizacao-do-esgotamento-sanitario-de-ms-5998

http://www.ms.gov.br/em-reuniao-com-engenheiros-da-agesul-reinaldo-  azambuja-cobra-foco-na-manutencao-de rodovias/#:~:text=Balan%C3%A7o%20da%20Seinfra%20revela%20que,o%20Mato%20Grosso%20do%20Sul.

https://www.sanesul.ms.gov.br/Content/upload/Relatorio-Administracao-2021.pdf

https://www.msgas.com.br/noticias/1f83b9fe-1178-4caa-b589-654556f3ffcf

Estudo Elaborado pela equipe do Observatório Econômico do SINDIFISCAL/MS

Diretor: Clauber Aguiar

Consultor: Aluizio Pires

Economista: Patrícia Ayala

Estagiários: Isadora Souza e Samuel S. Bitencourt

Diretor Presidente SINDIFISCAL: Francisco Carlos de Assis

https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/